Reabilitação do Largo do Kinaxixi: Um projecto inédito em Angola, tem as mãos do Banco Angolano de Investimento
Notícias de Angola – O renovado Largo do Kinaxixi passou a famosa “prova dos três meses” com uma vitalidade impressionante. A reabilitação de um dos lugares mais simbólicos da cidade, apropriado pelos luandenses desde a reinauguração a 11 de Novembro de 2024, foi 100% financiada pelo Banco Angolano de Investimento (BAI).
Com este investimento de 10 mil milhões de kwanzas, o BAI abriu um precedente: o envolvimento inédito de uma instituição da banca angolana na recuperação de um espaço desta dimensão e simbolismo, peça fundamental do património urbano e cultural do país.
Por: Bonifácio AntónioEscritor e Filósofo
No coração de Luanda, o Largo do Kinaxixi está de novo cheio de vida. O regresso da Rainha Njinga deu a devida imponência à “nova” praça, agora com espaços verdes, áreas de convívio e infra-estruturas culturais que conquistaram os luandenses.
A espera valeu a pena. O largo reflecte a nossa forma de viver em comunidade, e também a nossa cultura e História. Alguns momentos são especialmente simbólicos. Ainda na sexta-feira, 28 de Fevereiro, o Cine Zunga, da Geração 80, projectou no anfiteatro da praça o filme “Njinga”.
Dezenas de pessoas assistiram a esta trama que revive a história da nossa rainha, interpretada por Lesliana Pereira. Lá do alto do seu pedestal, onde regressou tantos anos depois, uma das grandes heroínas da nossa História assistiu à celebração do seu legado, tão bem representado no novo Largo do Kinaxixi.
Este momento emotivo é apenas um dos muitos que reflectem os efeitos positivos da reabilitação do espaço na qualidade de vida dos luandenses (não podemos deixar de lado a melhoria da mobilidade na cidade).
Como habitantes da capital, vivemo-los todos os dias. Na linha da frente deste projecto emblemático, ao lado das autoridades, esteve o BAI, que despendeu os 10 mil milhões de kwanzas que fizeram renascer do Largo do Kinaxixi.
Numa análise séria sobre o papel que o sector privado deve assumir em projectos de alto interesse público como este, não podemos deixar passar este financiamento do BAI em branco, porque é pioneiro entre nós. Nunca na história da cidade e do país, uma empresa do sector bancário nacional tinha assumido uma tarefa desta dimensão e simbolismo para os cidadãos.
Este projecto vinculou o BAI e a sociedade como um todo, com um foco ético e responsabilidade – essenciais para criar valor a longo prazo e trazer melhorias nas esferas social, cultural, económica e até ambiental para Luanda.
Surge, assim, uma questão pertinente: de que forma o sector bancário, altamente relevante não só a nível macroeconómico, mas para todos nós, cidadãos comuns, pode realmente marcar a diferença no desenvolvimento integral do país (mais além do económico)?
A resposta deu-a o BAI: assumindo de forma voluntária o investimento em projectos sustentáveis, em parceria com stakeholders relevantes, e com uma filosofia de trabalho e investimento que fomenta a criatividade do talento nacional (o projecto foi desenhado por arquitectos angolanos), recorre a produtos e matérias-primas nacionais, e aposta em técnicos e trabalhadores angolanos de vários sectores.
Mais que valorizar o espaço público e promover o turismo, a iniciativa do BAI cumpre com o que todos nós esperamos de uma instituição desse calibre e é um óptimo caso de estudo que deve inspirar outras entidades a assumirem um papel mais activo na preservação do património nacional.
Acções concretas, planificadas e bem-sucedidas, em linha com os fins e valores da nossa sociedade são necessárias. O BAI deu o pontapé de saída e pôs a fasquia bem alta.
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