Peça teatral “A Panela de Koka Mbala” revolucionou teatro em Angola
Notícias de Angola – A peça teatral “A Panela de Koka Mbala”, estreada em 1982 fez uma das grandes revoluções do teatro em Angola no período mais crítico da sua história, considerou terça-feira (21), em Luanda, o actor angolano António de Oliveira.
Em declarações à imprensa na abertura do Festival Internacional de Teatro, organizado pelo Elinga Teatro, o artista disse que na altura da estreia da referida peça pelo grupo Experimental Teatro, quase não havia outros grupos profissionais de teatro com espectáculo notáveis no país.
Neste sentido, prosseguiu, o Experimental Teatro já teve a ideia de buscar este texto da autoria do congolês Guy Menga tendo em conta a sua grandeza e projecção internacional, sendo que naquela altura já tinha ganho prémios internacionais, entre eles a nível da UNESCO.
Para si, “A Panela de Koka Mbala” é uma peça que se identifica muito com a realidade angolana em particular e tem a aplicabilidade em qualquer época por narrar factos reais de África.
Contou que o grande movimento de teatro existente hoje começou no passado, tendo como base o Experimental Teatro, que funcionou como um laboratório do teatro, porque todas as peças teatral a serem feitas, passavam pela avaliação do grupo.
Neste sentido, acrescentou, isto ocorreu numa fase em que os membros tiveram que abandonar o grupo para fundarem outros, o que considerou igualmente uma revolução que culminou no surgimento do Horizonte Njinga Mbande, o Oásis e depois o Etu Leno.
Em relação ao actual estado do teatro em Angola, sublinhou o ascendente na capacidade de no país serem organizados espectáculos de dimensão nacional e internacional, o que, no seu entender, não acontecia antes.
“Festival de teatro é o encontro de culturas, de técnicas, de actores, encenadores; é o intercâmbio e esse intercâmbio faltava. Mas hoje já podemos considerar que a maior parte dos festivais realizados em Luanda estão dentro dos padrões internacionais”, argumentou.
A peça “A Panela de Koka Mbala” é uma crítica social que aborda as dificuldades que as sociedades apresentam em aceitarem a inserção de jovens e de mulheres nas grandes tomadas de decisões.
Na mesma o Rei mostra aos seus conselheiros que precisa da ajuda, dedicação e empenho da Rainha para que o Reino evolua e para conseguirem solucionar os problemas que afecta o Reino de Koka Mbala onde todos os visitantes são tomados por intermédio de uma panela.
O texto original da peça é do congolês Guy Menga, foi encenada por Domingos Viana “Sting” e o elenco é composto por António de Oliveira “Delón”, Josefa Chaves, Luís Pimentel, Álvaro Miguel, Macuel Herbete, Carlos Faz Tudo e Domingas Adão.
Constam também do staff Rosa Augusto, Lúcia Domingos, Maurício Tavira, Conceição Diamante, António da Costa, Filipa António e Roberto Fagueira, alguns deles actores do grupo Experimental Teatro o primeiro grupo de teatro que marcou uma geração pós independência e fez parte da antiga secretaria do estado da Cultura de Angola.
Quarenta anos depois da sua estreia, a peça já foi exibida no palco do Royal Plaza, no Festeca e no Horizonte Njinga Mbande e hoje faz parte da agenda do primeiro dia do 6º Festival Internacional de Teatro e Artes de Luanda.
O 6º Festival Internacional de Teatro e Artes de Luanda marca a comemoração do 36º aniversário do Elinga Teatro, que foi fundado em 21 de Abril de 1988.
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