Taxa de inflação de 25% anual prevista pelo governo pode ser ultrapassada devido a evolução dos preços

Por: Gilberto Segunda

A situação económica em angola está cada vez mais difícil para os agentes económicos, se por um lado vemos o governo a procura de alternativas para encontrar uma solução que seja viável para que rapidamente consigamos sair desse situação de crise profunda, por outro lado, o peso da crise na balança inclina-se de forma natural pressionando assim as empresa, responsáveis pela produção de bens e serviços bem como as famílias as principais consumidoras dos bens e serviços produzidos pelas empresas.

As incertezas nos níveis de investimento impostas pela condição do mercado actual, alimentada pela falta de crescimento e pela força das restrições sanitária causada pela pandemia, faz com que a produção tenha um abrandamento significativo, o que condiciona a oferta de determinados bens e serviços no mercado nacional. Razão pela qual, podemos acompanhar uma evolução significativa nos índices de preços, que por sua vez procuram medir, ao longo do tempo, a variação conjunta de preços de diferentes produtos e serviços da economia.

O cenário evolutivo da taxa de inflação no primeiro semestre, permite-nos claramente prever um quadro inflacionário superior as metas governamentais previstas para o final do exercício económico do ano em curso. Dados do instituto nacional de estatística (INE) dão conta que o Índice de Preços no Consumidor (IPC) registou uma taxa de inflação no período de Abril a Maio do ano corrente de 1,91%, só em Luanda. Cerca de 0,09 pontos percentuais inferiores quando comparado com o período anterior.

Embora houve um ligeiro abrandamento registado na taxa de inflação mensal, a realidade é que a taxa de inflação homóloga teve um acréscimo de 4,68% comparado com o mesmo período do ano anterior. Permitindo assim que está ficasse na casa dos 21,82% no período do mês de Maio do ano corrente, encontrando-se a sensivelmente a 3,18 pontos percentuais para igualar a taxa de inflação prevista no Orçamento Geral do Estado até o final do ano.

As constantes incertezas do comportamento das variáveis económicas provocadas pela pandemia, causada pelo novo corona viros “Covid-19” têm alterado completamente o cenário macroeconómico e para o segundo semestre não será diferente, o que possivelmente levará a uma correção para um número superior a 25% da projeção inicialmente prevista para a taxas de inflação até ao final do ano. Caso esse cenário se verifique, as consequências serão o agravamento da perda do poder de compra das famílias que cada vez mais vêm-se prejudicadas por força da crise económica.

Perfil

Gilberto Segunda, é formado em Economia e Gestão com especialização em Contabilidade e Finanças pela Universidade Jean Piaget. Actualmente trabalha como Contabilista e comentarista na Palanca Tv.

Email: gilbertosegunda@outlook.com
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